Page 16 - Informativo Cembra - Outubro 2025 - Nº 18
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Os Avanços do Planejamento Espacial Marinho na Região Sul

            Contra-Almirante  Ricardo Jaques Ferreira, Secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm)
            Capitão de Mar e Guerra (RM1)  Rodrigo de Campos Carvalho, Subsecretário para o Plano de Levantamento da Plataforma
            Continental Brasileira (LEPLAC) e Assessor do Planejamento Espacial Marinho na Secirm.

            (Baseado em fontes oficiais da Secirm até julho de 2025)


            O Planejamento Espacial Marinho (PEM) é definido pela UNESCO como um “processo
            público de análise e alocação da distribuição espacial e temporal das atividades humanas
            nas zonas marinhas, para alcançar objetivos ecológicos, econômicos e sociais que são
            normalmente  especificados  através  de  um  processo  político”.  Em  outras  palavras,
            trata-se de uma ferramenta de governança essencial para o ordenamento do espaço
            marinho, visando o uso sustentável dos oceanos, a mitigação de conflitos entre setores
            e a conservação dos ecossistemas.


            Durante  a  Conferência  da  ONU  para  os  Oceanos,  em  2017,  o  Brasil  assumiu
            voluntariamente o compromisso de implantar o Planejamento Espacial Marinho (PEM)
            até 2030. Com o amadurecimento do tema e o avanço das ações de implementação no
            País desde então, tornou-se necessária a criação de um instrumento normativo capaz
            de adaptar as diretrizes internacionais ao contexto nacional e estruturar o processo
            de forma sólida. Nesse sentido, em 5 de junho de 2025, foi publicado o Decreto nº
            12.491/2025, que instituiu oficialmente o PEM no Brasil, estabelecendo seus princípios,
            sua visão de futuro e uma governança fortalecida, sob coordenação conjunta da Marinha
            do Brasil e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), no âmbito
            da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Cirm). O decreto também
            consolidou a definição de Amazônia Azul, reafirmando o caráter estratégico do espaço
            marinho brasileiro. Adicionalmente, o Brasil ratificou a adoção do PEM como um dos
            compromissos voluntários apresentados na 3ª Conferência dos Oceanos das Nações
            Unidas (UNOC), que aconteceu em Nice, na França.






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