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Continuação





    FIGURA 2: (a) Draga, (b) cabeçote de corte e tubo de sucção, (c) descarte de detritos e (d) exemplo de
    lesões causadas a um peixe (Betara: Menticirrhusamericanus, Sciaenidae) pelo processo de dragagem.          Poluição Marinha  Matéria:






































                                      Fonte: Adaptado de Barletta et al. (2016).


    O  ideal  é  que  as  dragagens  sejam  acompanhadas  de  programas  prévios  e  simultâneos  de
    monitoramento  ambiental  da  água,  dos  sedimentos  e  das  comunidades  bentônica,  demersal  e
    pelágica. Aliando tecnologia, conhecimento acadêmico e sua aplicação, é possível estabelecer
    procedimentos que resultem no menor impacto ambiental possível (Barletta et al., 2016).
     No Porto de Rio Grande (RS), por exemplo, esse tipo de monitoramento permitiu a definição de
    condicionantes  que  diminuíram  os  impactos  na  área  dragada  e  no  local  de  descarte.
    Infelizmente, o mesmo procedimento não foi adotado na construção do Porto da Ponta do Felix,
    na Baía de Paranaguá (PR), onde o sedimento retirado foi colocado ao lado do canal dragado
    (Barletta  et  al.,  2016).  Como  consequência  da  atividade  de  dragagem  nesse  ecossistema
    estuarino, foi desencadeada uma mudança na composição da comunidade de peixes demersais
    do estuário que afetou a pesca artesanal e a produção pesqueira.
    A  questão  da  poluição  marinha,  ultrapassa  os  limites  nacionais,  já  que  seus  impactos
    atravessam  fronteiras,implicando  a  necessidade  de  acordos  regionais  e  internacionais  que
    englobam intrincados arranjos econômicos e a harmonização de legislações.
    A  falta  de  espaço  para  a  expansão  portuária,  que  visa  atender  o  potencial  representado  pela
    globalização  e  pelo  crescente  comércio  mundial,  tem  levado  portos  de  todo  o  mundo  a
    redirecionarem suas operações.
    Uma  das  possibilidades  é  a  construção  de  portos  afastados  da  linha  de  costa,  os  quais
    apresentam  a  grande  vantagem  de  não  precisarem  de  dragagens  frequentes.  Por  outro  lado,
    essa modalidade deve gerar novas situações de ameaças ambientais, que exigirão técnicas de
    remediação cada vez mais aprimoradas.


             Informativo CEMBRA                                        Nº 14 - Edição Semestral                  23
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