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Continuação
Os principais compartimentos ambientais (água, sedimento e biota) estão contaminados, mas
as consequências ainda são mal compreendidas. As bacias dos rios e todas as escalas de
atividades pesqueiras são identificadas como as fontes mais prováveis desse poluente para as
águas costeiras. A ingestão pela biota marinha ocorre nos grupos de vertebrados (peixes,
pássaros, tartarugas e mamíferos marinhos) quando usam esses ambientes contaminados. Matéria:
Além disso, a presença de microplásticos em amostras de plâncton de diferentes habitats de
estuários e ilhas oceânicas está confirmada (Lima et al. 2016). Poluição Marinha
A conectividade entre compartimentos ambientais relativos à poluição por MPs é uma nova
fronteira para a ciência. Diversos estudos indicam que os detritos plásticos podem ser
carreadores de metais pesados e poluentes químicos que se acumulam na biota.
A poluição sonora passou a ser reconhecida como um importante poluente do século XXI e
está presente na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, tanto na legislação
europeia, como na Diretiva-Quadro da Estratégia Marinha nº 56/2008 da Comunidade Europeia
(Bittencourt et al., 2014). O som é amplamente disponível em ambientes aquáticos e é usado
por muitos animais para atividades biológicas fundamentais. Nas últimas décadas, as ações
antropogênicas, em particular o tráfego de embarcações, levaram à maior poluição sonora no
mar, que alterou os níveis de ruído em grande escala, provocando alterações e outras
mudanças significativas nos ecossistemas marinhos, como estresse, distrações e
mascaramento de importantes sons.
No Brasil, um estudo pioneiro sobre esse problema foi desenvolvido na Baía de Guanabara
(Bittencourt et al., 2014) e evidenciou um nível de poluição sonora associado ao transporte e
ao tráfego de embarcações. O crescimento econômico nos últimos anos se refletiu em um
incremento no tráfego de embarcações, em construções portuárias, na extração de petróleo e
em empresas navais, causando diversas alterações no ambiente acústico dos ecossistemas
marinhos costeiros.
A ZC brasileira, além de apresentar grande extensão continental, com ecossistemas
extremamente diversificados, é o espaço de convergência de alguns dos principais vetores
econômicos componentes de um sistema voltado para a exportação, que depende, de forma
significativa, da infraestrutura de apoio logístico necessária à produção e à circulação de
mercadorias.
Os transportes terrestres e o movimento portuário brasileiro têm mantido um ritmo forte,
principalmente devido ao desempenho da agricultura na exportação, mas também em função
da produção e da exportação de minérios, entre outros produtos.
O crescimento econômico dos últimos anos no Brasil vem pressionando os governos para a
resolução de grandes gargalos, como o escoamento da produção. Nesse contexto, vários
portos brasileiros estão sendo modernizados e ampliados para atender às crescentes
demandas do comércio internacional, dependente da estrutura e da logística de transporte
marítimo.
Entretanto, muitas atividades portuárias, como as operações de dragagem e derrocamento,
são fontes de problemas ambientais (Barletta et al., 2016). É recomendável que os
ecossistemas estuarinos sejam estudados antes de essas indispensáveis atividades serem
executadas, assim como é aconselhável que sejam monitorados posteriormente a fim de
gerenciar e minimizar os impactos decorrentes das operações (Figura 2).
Informativo CEMBRA Nº 14 - Edição Semestral 22