Page 10 - Informativo Cembra - Novembro 2023 - Nº 12
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Continuação
Dentre as ações que contribuem para o desenvolvimento da consciência citada no parágrafo anterior,
cabe destacar uma ação específica criada pela Cirm para o incremento da mentalidade marítima em
nosso País. A Promoção da Mentalidade Marítima (Promar), foi criada pela Resolução nº 002/1997 da
Cirm, atualizada pela Resolução nº 001/2020 da Cirm, no X Plano Setorial para os Recursos do Mar,
em 30 de julho de 2020, e tem como objetivo coordenar, em nível nacional, o desenvolvimento da
Mentalidade Marítima em nosso País. Desenvolve atividades voltadas para a conscientização da Matéria:
sociedade sobre a importância do mar e seus recursos para o desenvolvimento do Brasil, dentre elas,
as Cartilhas do Promar. Cultura Oceânica
As Cartilhas do Promar, em linguagem acessível, são destinadas ao público infanto juvenil. A mais
recente é sobre o Protrindade. No texto, a personagem principal é uma tartaruga que conta aos netos
a história da Ilha. A escolha da tartaruga não foi por acaso: Trindade é o maior sítio reprodutivo da
tartaruga-verde no País. Outras cartilhas contemplam outros programas da Cirm, tais como a
Amazônia Azul, o Proantar e o Proarquipelago.
Outras Entidades contribuem destacadamente para o desenvolvimento da Mentalidade Marítima no
País. Suas contribuições são relevantes e o detalhamento de suas atividades consumiria ainda muitas
páginas, além da finalidade deste artigo. Por dever de justiça, devemos citar a Fundação de Estudos
do Mar (Femar), o Escotismo no Mar (EM), as atividades do Instituto Rumo ao Mar (Rumar), o Centro
de Convívio dos Meninos do Mar (CCMar), dentre outras.
Cultura Oceânica
Entretanto, o conceito de Mentalidade Marítima vai mais além. No começo deste século, teve início
nos EUA uma iniciativa chamada Cultura Oceânica (Ocean Literacy), que amplia a abrangência da
mentalidade marítima, com ênfase na educação ambiental e sua inclusão nos currículos escolares. O
conceito cresceu bastante, incorporando aspectos socioeconômicos, impulsionado pela comunicação
digital, difundiu-se rapidamente pela Europa e conquistou o apoio dos organismos internacionais.
Assim, a Conferência das Nações Unidas para Apoiar a Implementação do Objetivo de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14: “Conservar e Usar os Oceanos, Mares e Recursos Marinhos
para o Desenvolvimento Sustentável”, realizada na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova
York, de 5 a 9 de junho de 2017, forneceu a plataforma para promover o conceito de Cultura Oceânica,
assim como o apoio à educação sobre os oceanos e o estímulo para ampliação desses conteúdos nos
currículos escolares.
A Cultura Oceânica é definida como a compreensão sobre o efeito individual e coletivo que nós
exercemos no oceano e o efeito que oceano exerce em nossas vidas e no nosso bem-estar. Mais que
um conceito, é uma ferramenta para o conhecimento sobre o oceano e para estimular a participação
ativa dos cidadãos na implementação de ações sustentáveis. Ela também ajuda a aprimorar as
políticas e incentiva os jovens a iniciar carreira na economia azul ou nas ciências do mar. Representa
ainda a compreensão individual e coletiva da importância do oceano para a humanidade.
Promover a Cultura Oceânica é um dos desafios (challenges) da Década das Nações Unidas da
Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (A Década do Oceano), proclamada para o
período de 2021 a 2030. A UNESCO, agência da ONU com mandato em educação e ciências
oceânicas, e sua Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI), estão empenhadas em
promover a Cultura Oceânica e em aumentar a conscientização sobre o valor da pesquisa oceânica
para sociedade.
Informativo CEMBRA Nº 12 - Edição Semestral 10