Page 24 - Informativo Cembra - Outubro 2025 - Nº 18
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A nossa Amazônia Azul com as suas vastas áreas oceânicas e generosas fontes de recursos
de várias naturezas: vivos, minerais, lazer, transportes e energéticos, incluindo aí, também,
a energia eólica offshore, oferece muitas oportunidades econômicas, mas devem ser
desenvolvidas sempre com estritos compromissos sociais e muita responsabilidade
ecológica e de preservação ambiental.
No caso específi co da energia eólica, cabe destacar que o Brasil já vem experimentando
um rápido e consistente avanço na implantação de parques/fazendas eólicas em terra.
Em números de 2024, esses parques já somavam mais de 20 000 MW de potência nominal
instalada, representando mais de 13% da matriz elétrica atual do Brasil. Este crescente
interesse pode ser entendido pelo excelente rendimento dos empreendimentos em
operação, como demonstrado pelo índice que defi ne a qualidade e potencialidades do
projeto, denominado Fator de Capacidade (FC):
FC= (Energia Efetivamente Gerada ao longo de um ano)/(Potência Nominal Instalada,
considerando esse potencial ao longo de um ano)
Em terra, enquanto a média mundial desse índice fi ca na faixa dos 27%, no litoral do
Ceará atinge cerca de 40% e no Rio Grande do Norte, 45%.
A acelerada expansão das áreas ocupadas pelas turbinas eólicas em terra, concentradas
nas regiões litorâneas, em localidades com condições de ventos favoráveis
(predominantemente, NE, SE e S), já começa a produzir confl itos com outras atividades
e outros usos. Portanto, as áreas oceânicas, especifi camente, aquelas regiões onde a
velocidade do vento pode superar os 7 m/s e com profundidades até 1000m, como no
caso das regiões offshore do NE, SE e Sul, representam uma excelente alternativa para
novos empreendimentos do setor eólico.
Além desses generosos espaços com condições climáticas favoráveis, as regiões offshore
apresentam outras importantes vantagens, tais como: menor efeito de bloqueio do vento
por obstáculos naturais, menores níveis de turbulência do regime de ventos; menor
oposição/restrições de opinião pública; melhor logística para construção e transporte de
pás cada vez maiores por barcaças para a região de instalação. Esse conjunto de fatores
permite que nessas nossas regiões offshore o Fator de Capacidade possa atingir valores
superiores a 50%.
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