Page 23 - Informativo Cembra - Dezembro Abril 2023 - Nº 13
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Continuação
Eventos equatoriais (El Niño e La Niña) e a ressurgência nas margens oceânicas influenciam o clima,
tanto em escalas sazonais, quanto em escalas de tempo mais longas, e, portanto, corroboram com a
premissa de que “O Oceano” é a chave para regular as mudanças naturais e induzidas pelo homem no
planeta. Uma vez que a população mundial é suficientemente grande para alterar a composição química
do oceano e da atmosfera, bem como impactar a composição biológica da Terra, por que não o fazer de
forma sustentável?
Dados oceânicos de alta densidade e previsões aprimoradas são necessários em uma escala de tempo
real para maximizar a segurança na costa e no mar e minimizar os riscos. Matéria:
“As decisões políticas relativas a essas e muitas outras questões de pesquisa marinha
exigem uma compreensão abrangente da ciência e engenharia do oceano. As políticas
federais, estaduais e locais devem ser baseadas no melhor conhecimento disponível de
como os sistemas oceânicos funcionam - sua biologia, química, geologia e física. Os
resultados da pesquisa devem ser comunicados efetivamente aos formuladores de
políticas, com lacunas e incertezas declaradas de forma clara e justa. Também básico -
compreensão deve continuar a melhorar.” Um oceano seguro na década do oceano
Esse trecho do relatório “Oceanography in the Next Decade, Building New Partnerships (Ocean
Sciences Board of the National Academy of Sciences)”, de 1992, permanece atual. Isso mostra a
urgência com que as nações devem melhorar sua previsão e resposta aos perigos costeiros, tanto
naturais quanto induzidos pelo homem.
O lema da Década do Oceano é: “A ciência que precisamos para o oceano que queremos” e, até 2030,
a ONU espera que o mundo tenha mais de ambos os aspectos de tal slogan.
Ademais, vale lembrar que o oceano é responsável por inúmeros benefícios para a humanidade: a
produção de oxigênio, a provisão de alimentos, a geração de energia, o transporte, a sensação de bem-
estar e a modelação climática. Sabendo que 97,5% da água do planeta está no oceano e que mais de 7
bilhões de pessoas dependem dele, seja morando no litoral ou no interior, é indubitável a necessidade
de uma iniciativa como essa.
Em suma, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu a Década da Ciência Oceânica para o
Desenvolvimento Sustentável de 2021 a 2030, e elegeu como principais desafios da década do oceano:
Mudar a relação da humanidade com o oceano.
Criar uma representação digital do oceano.
Desenvolver uma economia oceânica sustentável e equitativa.
Expandir o Sistema Global de Observação dos Oceanos.
Aumentar a resiliência da comunidade aos perigos do oceano.
Proteger e restaurar os ecossistemas e a biodiversidade.
Até 2030, os organizadores pretendem ter alcançado progressos significativos nas seguintes ações:
identificar e remover fontes de poluição oceânica; mapear e proteger os ecossistemas marinhos; garantir
que o oceano seja explorado de forma sustentável; proteger as pessoas dos perigos oceânicos;
desenvolver capacidade para entender e prever as condições oceânicas; e abrir acesso a dados e
tecnologias oceânicas. “É imperativo que cheguemos ao final da década com uma nova forma de
realizar a ciência marinha”.
Temos que ter em mente que depende de nós o que exatamente essa campanha de dez anos fará.
Para apoiar a realização dos eventos foram criados um site exclusivo para a Década 2 e um canal no
YouTube, o Canal Década da Ciência Oceânica – Brasil (http://decada.ciencianomar.mctic.gov.br). Até
dezembro de 2020, o site teve mais de 40 mil visualizações de páginas. No mesmo período, o canal
YouTube registrou quase 11 mil visualizações de vídeos. No canal estão disponíveis 20 vídeos, sendo o
vídeo da transmissão do primeiro webinario nacional, o mais acessado, com quase 3 mil visualizações.
(https://www.youtube.com/channel/UCmYRVH7W0x0ISx5KHakHqGA).
Informativo CEMBRA Nº 13 - Edição Semestral 23