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"Um oceano saudável e resiliente"

                                                                CC (RM3-T) Sávio Henrique Calazans (IEAPM)

                                                                        SC-NS Lohengrin Fernandes (IEAPM)

     Temos um oceano de razões para refletirmos sobre nós e sobre a vida quando estamos diante do
     infinito  azul  na  frente  das  praias.  Os  oceanos  sempre  foram  fonte  de  inspiração,  por  sua
     imensidão, seus mistérios, seus organismos exóticos, seus recursos, sua fartura e aventuras para
     descobrir no além mar. O surgimento dessas grandes massas de água está intimamente ligado à
     consolidação do planeta Terra com vapores das atividades vulcânicas que formaram a atmosfera e                 Matéria:
     resfriou  o  planeta.  Os  oceanos  nos  possibilitaram  ir  além  do  horizonte,  desvendar  novas  terras,
     chegar nos quatro cantos do mundo e nos reencontrar. Por causa dos oceanos, vivemos em um
     planeta  azul  ou  planeta  água.  No  qual,  cerca  de  70%  da  superfície  é  coberta  por  água  e  os
     oceanos contêm 97% de toda a água do planeta. Nos oceanos, se produzem 70% do oxigênio do
     planeta  e  75%  de  toda  a  biomassa  animal.  Essa  grande  massa  de  água  faz  dos  oceanos  um
     imenso reservatório, regulando nosso clima e o tempo atmosférico, estabilizando a temperatura do           Um oceano saudável e resiliente
     planeta, moldando a química terrestre e provendo um lar para a maior parte da vida do planeta
     Terra. Não bastassem os oceanos moldando o planeta, os especialistas também acreditam que as
     fontes hidrotermais, no fundo dos oceanos, foram e ainda são verdadeiros berçários, responsáveis
     pelo  surgimento  da  vida  no  planeta.  A  vida,  em  uma  explosão  de  diversidade,  modificou  as
     características primitivas dos oceanos, da atmosfera e colonizou os continentes. Nesse contexto
     de  fatos  importantes  dos  oceanos,  há  aproximadamente  50  milhões  de  anos,  mamíferos
     semelhantes  a  um  pequeno  cervo,  e    primo  primitivo  dos  elefantes  que  andavam  nas  águas,
     voltaram  aos  mares,  transformando-se  em  baleias,  golfinhos,  peixes-bois  e  dugongos.  Sendo
     assim,  os  oceanos  moldaram  o  planeta  Terra,  permitiram  o  surgimento  da  vida  e  continuam
     mantendo e produzindo a vida.
     Os oceanos mantêm a maior parte da vida e biodiversidade do planeta, fornecem boa parte dos
     alimentos  que  consumimos  e  viabilizam  relações  humanas,  desde  os  primórdios  da  civilização.
     Alguns  estudos  ressaltam  que  os  oceanos  e  seus  recursos  viabilizaram  a  sobrevivência  da
     humanidade na última era glacial. A história e o desenvolvimento das civilizações, invariavelmente,
     se relacionaram com as regiões litorâneas (i.e. Vinkings e Povos do Mar Mediterrâneo e da Ásia
     Marítima).  As  atividades  pesqueiras  se  desenvolveram  e  são  preservadas  até  os  dias  atuais.
     Algumas culturas e nações mantêm a pesca como principal atividade econômica, destacando-se
     entre os produtores de recursos pesqueiros ao redor do mundo. Por essas razões, os oceanos têm
     sido  vistos  como  fonte  “inesgotável”  de  riqueza  para  a  humanidade,  capazes  de  fornecer
     benefícios  variados,  como  alimentos,  serviços,  energia,  lazer  e  transporte.  Contudo,  a  economia
     relacionada ao mar pode estar comprometida por ameaças recentes, como a poluição marinha que
     leva à perda de saúde do oceano. Os oceanos ainda estão resistindo, mas os serviços ambientais
     ecológicos que os oceanos nos oferecem, os ecossistemas, a biodiversidade marinha e o potencial
     biotecnológico oculto no mar estão sob ameaça.
     Os  oceanos  são  formados  por  regiões  próprias  (plataformas  continentais,  regiões  profundas,
     recifes de corais etc.) que são condicionadas por fatores abióticos (ou não-vivos) como pressão,
     iluminação,  temperatura,  oxigênio  etc.  Essas  regiões  acabam  desenvolvendo  características
     biológicas específicas, formando ecossistemas marinhos interconectados que sofrem impactos em
     cadeia com eventuais alterações no planeta.  A degradação dos oceanos está acelerada, devido
     ao aumento das atividades humanas insustentáveis e, atualmente, apenas 4% dos oceanos estão
     protegidos.  Estudos  indicam  que  deveríamos  proteger  pelo  menos  30%  das  áreas  dos  oceanos
     para  sermos  capazes  de  preservar  os  ambientes  e  a  biodiversidade  marinha  no  planeta.
     Recentemente,  um  alerta  destacou  a  vulnerabilidade  que  a  Amazônia  está  enfrentando  com  a
     degradação ambiental.



             Informativo CEMBRA                                        Nº 13 - Edição Semestral                  18
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