Page 21 - Informativo Cembra - Novembro 2023 - Nº 12
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Continuação



         A  partir  do  compromisso  internacional  e  voluntário  do  Brasil,  durante  a  Conferência  das  Nações
     Unidas para o Oceano, em 2017, foi criado o Planejamento Espacial Marinho (PEM), uma das Ações
     do  X  Plano  Setorial  para  os  Recursos  do  Mar  (PSRM),  após  período  embrionário  como  Grupo  de
     Trabalho “Uso Compartilhado do Ambiente Marinho” (de 2013 a 2019) e Grupo Técnico "PEM" (2019-
     2020),  ambos  no  âmbito  da  CIRM.  O  PEM  tem  como  objetivo  “estabelecer  bases  institucional,
     normativa  e  regulatória  que  possam  ser  utilizadas  em  apoio  ao  processo  de  tomada  de  decisão      Matéria:
     relacionado ao uso do mar e ao seu ordenamento, tanto no âmbito público, quanto privado”. Desta
     forma,  observa-se  a  relevância  do  PEM  para  o  desenvolvimento  de  soluções  para  um  oceano
     saudável e resiliente.
      Ainda no escopo do X PSRM e como contribuição para se alcançar um oceano saudável e resiliente,
     foi  idealizada  a  Ação  "Avaliação,  Monitoramento  e  Conservação  da  Biodiversidade  Marinha”
     (REVIMAR), sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente (MMA), com objetivo de estabelecer
     bases  científicas  e  as  ações  integradas  capazes  de  subsidiar  políticas,  ações  e  estratégias  de
     conservação e uso sustentável da biodiversidade. Tal Ação é uma decorrência natural do Programa
     "Avaliação  do  Potencial  Sustentável  de  Recursos  Vivos  na  Zona  Econômica  Exclusiva”  (REVIZEE),
     encerrado em 2010.
       Duas  metas  voltadas  a  resultados,  no  escopo  do  ODS-14,  estão  diretamente  alinhadas  com  o
     enfrentamento  do  desafio  de  se  buscar  um  oceano  saudável  e  resiliente:  (14.2)  gerir  de  forma
     sustentável  e  proteger  os  ecossistemas  marinhos  e  costeiros  para  evitar  impactos  adversos
     significativos, inclusive por meio do reforço da sua capacidade de resiliência, e tomar medidas para a
     sua restauração, a fim de assegurar oceanos saudáveis e produtivos; e (14.5) conservar pelo menos
     10% das zonas costeiras e marinhas, de acordo com a legislação nacional e internacional, e com base        A Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável
     na melhor informação científica disponível.


     Um Oceano Produtivo e Sustentável

                  “Um oceano produtivo apoiando o fornecimento sustentável de alimentos e
                                    uma economia oceânica sustentável”.



     O oceano é a base para o desenvolvimento econômico global futuro e a saúde e o bem-estar humano,
     incluindo segurança alimentar e meios de subsistência seguros para centenas de milhões de pessoas
     do mundo. Para atingir a esse objetivo, são fundamentais conhecimento e ferramentas para apoiar a
     recuperação dos estoques de peixes selvagens, implantar práticas sustentáveis de gestão da pesca e
     apoiar a expansão sustentável da aquicultura, ao mesmo tempo em que protegem a biodiversidade e
     os ecossistemas essenciais. Ressalta-se que sustentabilidade tem como pilares questões ambientais,
     sociais e econômicas, de modo que não comprometa a geração atual, tampouco as futuras.
      O oceano também fornece, de forma direta, bens e serviços essenciais para a pesca artesanal e de
     pequena escala, bem como para uma ampla gama de indústrias estabelecidas e emergentes, incluindo
     indústrias de extração, energia, turismo, transporte e farmacêutica; de forma indireta, por ser regulador
     térmico  da  superfície  do  planeta,  contribui  para  o  bem  estar  humano  e  para  previsões  sazonais  do
     clima,  ferramentas  essenciais  para  a  agricultura  e  a  pecuária.  Cada  um  destes  setores  tem
     necessidades específicas e prioritárias em termos de aumento de conhecimento e apoio à inovação e
     ao desenvolvimento tecnológico e de ferramentas de auxílio à decisão, de modo a minimizar riscos,
     evitar  danos  duradouros  e  otimizar  sua  contribuição  para  o  desenvolvimento  de  uma  economia
     oceânica sustentável.








             Informativo CEMBRA                                        Nº 12 - Edição Semestral                  21
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