Page 4 - Informativo Cembra - Novembro 2023 - Nº 12
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Continuação
Durante o período entre 1953 e 1972, o museu crescia cientificamente. Suas coleções, biblioteca e
exposição a cada ano recebiam apoio e os pesquisadores iam divulgando o museu no Brasil e no mundo.
Tornou-se realidade o novo prédio do Museu Oceanográfico, sendo inaugurado em 8 de setembro de
1973. No amplo prédio, foi possível apresentar uma exposição mais elaborada e de forma mais didática,
realizando-se com mais eficiência a função social do museu.
Outro momento marcante aconteceu em 1975, quando a Fundação Cidade do Rio Grande doou o museu
para a Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Para tanto, foram decisivas as atuações do
professor Eurípedes Falcão Vieira (reitor da FURG) e do senhor Henrique José Vieira da Fonseca,
representando a Fundação Cidade do Rio Grande, os quais coordenaram esse processo. Matéria de Capa:
Sob a administração da FURG, o museu integrou-se à comunidade acadêmica, ampliando ainda mais a
pesquisa, o ensino e a extensão universitária. Com o início do curso de Oceanologia, em 1971, houve
maior integração com o museu, o que veio a culminar no complexo de pesquisas oceanográficas
existentes em Rio Grande.
O Museu Oceanográfico “Professor Eliézer de Carvalho Rios” e o Instituto de Oceanografia trabalham em
colaboração com suas equipes de cientistas, técnicos, professores, estudantes, funcionários e voluntários,
o que tem garantido progresso nas pesquisas e nas atividades socioambientais. Museu Oceanográfico da FURG: Rumo aos 70 anos
Ademais, a pesquisa oceanográfica realizada no museu tem priorizado as áreas de malacologia,
veterinária marinha, museologia e mamíferos marinhos. Além das coleções de equipamentos
oceanográficos e ossos de mamíferos marinhos, destaca-se a coleção malacológica organizada pelo
professor Eliézer de Carvalho Rios e sua equipe.
Desde 1974, muitos esforços têm sido realizados para a recuperação e devolução de animais marinhos
(pinguins, leões-marinhos, lobos-marinhos, tartarugas, albatrozes, gaivotas e outras aves marinhas)
encontrados enfermos e debilitados ao longo do litoral do Rio Grande do Sul, ao ambiente natural. Esse
trabalho é realizado no Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM), anexo ao museu. A
biblioteca do museu, com 1.500 livros e 400 periódicos, serve de apoio não somente às pesquisas
desenvolvidas no museu como também àquelas realizadas pelos estudantes e cientistas da FURG.
As escolas de educação básica da região estão integradas ao museu, caracterizando um importante
trabalho de extensão. Anualmente, realizam frequentes visitas de estudos e muitos alunos procuram o
museu para desenvolver seus trabalhos escolares sobre meio ambiente.
É importante destacar que a história do Complexo de Museus da FURG se inicia pelo Museu
Oceanográfico “Professor Eliézer de Carvalho Rios” (1953), sendo formado pelo Museu Antártico (1996),
o Eco-Museu da Ilha da Pólvora (1999), o Museu Náutico (2003), o Centro de Recuperação de Animais
Marinhos (1974) e o Centro de Convívio dos Meninos do Mar (2008) e é claramente um produto de uma
vontade comunitária. Não é somente um patrimônio da comunidade do Rio Grande, mas de todos os
brasileiros.
Cada componente deste complexo, atuando em frentes de pesquisa, educação, divulgação, conservação
e transformação social, compõe a complexa teia de ações do Museu Oceanográfico. Apesar de sua
modesta origem, na Praça Tamandaré, a ação de dezenas de pessoas de boa fé e boa vontade permitiu
que projetos de grande estatura pudessem vir a se concretizar.
Nos últimos anos, o Complexo de Museus tem recebido uma média de 80 mil visitantes por ano, recupera
centenas de animais marinhos e atende a centenas de alunos em seus centros associados. A ação
destas organizações, catalisadas pelas parcerias com diversas organizações da sociedade, constituem
uma potente ferramenta de engrandecimento da Pátria.
Informativo CEMBRA Nº 12 - Edição Semestral 4