Page 3 - Informativo Cembra - Novembro 2023 - Nº 12
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Museu Oceanográfico da FURG:
Rumo aos 70 anos
Lauro Barcellos
Na cidade de Rio Grande (RS), em março de 1953, encontravam-se no Café Santos seis amigos ligados à
indústria da pesca. Falavam sobre a necessidade de a cidade ter uma entidade oceanográfica. Ficou
marcada, então, uma reunião no laboratório de Química do professor Eliézer de Carvalho Rios. Nessa Matéria de Capa:
reunião, foi fundada a Sociedade de Estudos Oceanográficos de Rio Grande (SEORG). Os objetivos da
sociedade eram: 1) desenvolver estudos científicos sobre o mar, principalmente sobre o Atlântico Sul, com
ênfase na costa do Rio Grande do Sul; 2) criar um museu oceanográfico; 3) promover formação de pessoal
necessário ao desenvolvimento da Oceanografia; 4) constituir-se em um centro de orientação e divulgação
da Oceanografia; 5) concorrer para o desenvolvimento da pesca racional, prestando assistência técnica
necessária quando solicitada. Nascia, naquele momento, a Oceanografia na cidade de Rio Grande.
Na Praça Tamandaré, na antiga casa do jardineiro, foi inaugurado, com apoio da prefeitura, o Museu
Oceanográfico, a 08 de setembro de 1953. Museu Oceanográfico da FURG: Rumo aos 70 anos
Foi o rio-grandino Eliézer de Carvalho Rios e o
iugoslavo Nicolas Vilhar, especialista em
industrialização de pescado da
Indústria Brasileira de Peixe Ltda., que
efetivamente tornaram realidade
o Museu Oceanográfico.
Naquele momento, começou a funcionar o Museu Oceanográfico, mantido com parcos recursos, visto que
cada um dos trinta sócios contribuía com três cruzeiros/mês. A SEORG funcionou no mesmo local de 1953
a 1972, onde foram instalados laboratórios de pesquisa e espaço expositivo.
Em seu exíguo espaço de área de exposições, o museu tinha apenas um aquário de água doce e uma
coleção de peixes locais preservados em formol. Também, foi nessa época que começaram a ser
realizados os primeiros levantamentos de biodiversidade marinha da região.
Em 1963, a SEORG solicitou ao arquiteto rio-grandino Vicente Marsiglia Filho um projeto para a nova sede
do museu. O projeto realizado pelo arquiteto Marsiglia foi doado à sociedade e começou a ser executado
em 1971, com o apoio decisivo do Dr. Francisco Martins Bastos, presidente da Fundação Cidade do Rio
Grande.
Os resultados das pesquisas realizadas pela equipe do museu começaram a ser transferidos para a
comunidade através de exposições, relatórios e publicações em periódicos especializados, livros técnicos,
filmes, palestras, jornais, televisão e rádio, popularizando, dessa forma, a Oceanografia, permitindo que a
sociedade conhecesse o oceano e suas potencialidades.
Informativo CEMBRA Nº 12 - Edição Semestral 3