Page 31 - Informativo Cembra - Abril 2025 - Nº 17
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Apesar desses benefícios potenciais, a mineração submarina apresenta riscos aos ecossistemas ma-
rinhos, muitos dos quais ainda não devidamente investigados. As atividades de mineração podem
levar à perda de biodiversidade e danos ecológicos de longo prazo. Ambientalistas, cientistas e
nações defendem uma moratória sobre a mineração em alto mar até que uma pesquisa abrangente
possa garantir que tais atividades não causem danos irreversíveis ao planeta.
A Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA) é responsável por regular atividades de mi-
neração em águas internacionais, cuja estrutura regulatória atual é incompleta. Este ano, 32 países
defenderam uma moratória, pausa preventiva ou proibição da mineração em alto mar devido a pre-
ocupações ambientais. Esta coalizão incluiu países como: Brasil, Canadá, Chile, França, Alemanha,
Suíça, Suécia, Nova Zelândia e Noruega.
Está claro que a exploração de minerais críticos no mar apresenta problemas únicos em ambiente
complexo, remoto e sensível. A mineração submarina pode causar a destruição de biodiversidade
com impactos ainda não totalmente compreendidos. As atividades podem gerar plumas de
sedimentos que se espalham por grandes áreas, potencialmente alterando processos ecológicos.
Minerarem ambientes submarinos exige tecnologia avançada capaz de suportar altas pressões
e condições adversas. Avaliar com precisão a quantidade e a qualidade dos recursos minerais
submersos é desafiador devido aos dados limitados e à inacessibilidade das áreas. Equilibrar os
interesses de partes interessadas, incluindo governos, indústrias e grupos ambientais, requer
processos de tomada de decisão complexos. O investimento financeiro necessário para operações
de mineração é substancial, com retornos incertos devido à flutuação dos preços dos minerais e
possíveis incertezas regulatórias. O mercado global de minerais é volátil, e a mineração no mar deve
competir com operações de mineração terrestre que possuem marcos regulatórios e infraestruturas
estabelecidas e custos mais baixos.
Não é por acaso, que países centrais como os Estados Unidos da América, Reino Unido e França,
bem como BRICS, China e Índia, têm envidado maior esforço depesquisa em mapear em detalhe o
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