Page 35 - Informativo Cembra - Julho 2018 - Nº 6
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O estabelecimento de parâmetros operacionais é a maneira como a gestão de risco é exercida,
        cabendo ao Comandante, assessorado pelo Prático, a decisão final quanto à realização das ma-

        nobras programadas para seu navio.


        Para novos projetos ou alteração em navios-tipo, o Conselho Técnico da Praticagem avalia os
        estudos preliminares, projeto conceitual e projeto real, participando ativamente das simula-
        ções e avaliação de riscos. Quando oportuno, é empregada a metodologia de rump-up, que é o
        aumento progressivo dos parâmetros operacionais, com base nas avaliações das manobras an-
        teriormente realizadas. É fundamental a existência de um banco de dados meteoceanográficos

        confiável, que suporte boas decisões.


        Acompanhando essas evoluções tecnológicas, a função do Prático passou a requerer maiores
        competências. Foi aperfeiçoado o processo de seleção e treinamento. No Rio de Janeiro, há
        um período de progressão na complexidade de manobras para práticos recém-formados. O
        CONAPRA conduz os cursos de ATPR com revisão curricular, a cada ciclo de 5 anos. Vários
        Práticos  realizam  treinamentos  em  modelos  em  escala  (manned  models)  em  outros  países,
        como Panamá e França. Além do rádio de VHF, os Práticos costumam portar uma PPU (pilot
        portable unit), como redundância aos sistemas de posicionamento do navio.



        Em função do acima apresentado, podemos considerar as seguintes necessidades estratégicas:
        maior perenidade no ordenamento jurídico, para que da previsibilidade venham os investimen-
        tos em novas tecnologias, como: o uso da inteligência artificial na análise do fluxo de mano-
        bras, previsão das condições meteoceanográficas; aperfeiçoamento da gestão de risco; o uso
        de helicóptero para embarque e desembarque; e o aprimoramento da engenharia das lanchas
        de praticagem. Registro e o tratamento dos quase acidentes (near misses), sem viés punitivo

        e com foco no aperfeiçoamento contínuo e no desenvolvimento de boas práticas. Fomento
        da área de conhecimento “Fator Humano”, no segmento da indústria marítima. Estímulo, por
        meio de bolsas de estudo de mestrado, doutorado e pós-doutorado, com apoio da iniciativa
        privada, à participação da Academia, nos locais onde a atividade acontece. Desenvolvimento na
        capacitação em Gestão do Conhecimento. Aprimoramento no banco de dados das informações
        ambientais do mar e adjacências, de nossa Amazônia Azul. O desenvolvimento de dragas nacio-
        nais, de modo a garantir o uso permanente de nossos portos e terminais, sem a dependência
        de outros países.




























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