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Energia a partir das Correntes


        A utilização do movimento das marés e das correntes
        sempre foi uma perspectiva conhecida na produção de
        energia e, devido ao avanço da tecnologia, começa a se
        tornar viável economicamente e altamente sustentável.
        Algumas  empresas  apresentaram  ao  IEAPM  sistemas
        que poderiam captar a água transportada por corren-
        tes  costeiras  e  oceânicas.  O  Instituto  tem  realizado
        modelagem oceanográfica aplicada a cada sistema pro-
        posto para identificar áreas propícias a esta captação.
        Regiões de intensificação da corrente, com baixa varia-
        bilidade sazonal, e baixa ocorrência de bioincrustação
        são os aspectos avaliados.


        A  figura  2  apresenta  índices  locais  adequados  para  a
        instalação de sistemas próximos ao fundo ou em linhas
        de fundeio, tendo como exemplo a região próxima a Ar-
        raial do Cabo (RJ). Para a geração de energia, a corrente
        pode ser potencializada e se a distância ao continente     Figura 2 - Porcentagem de tempo mensal com condições
        for menor possível pode tornar o processo de produção      adequadas para a produção de energia a partir das cor-
        economicamente viável.                                     rentes (Modelo regional ADCIRC).


        Energia a partir do Gradiente Térmico


        A tecnologia para conversão da energia térmica dos oceanos (OTEC em inglês) em energia elétrica já
        vem sendo estudado no Havaí desde 1979 e como alternativa de produção energética no Japão desde
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        1999  . O talude oceânico brasileiro foi estabelecido como o local mais viável para a instalação de uma
        plataforma OTEC, tendo em vista que apresenta em praticamente toda a sua extensão, gradientes de
        temperatura que se aproximam em 20 °C, onde as profundidades alcançam 1000m.



        Estes locais podem estar distantes da costa de até 50 a 100 MN, o que aumentaria o custo para transpor-
        te da energia produzida ao continente.  Em regiões onde a ressurgência atua e a plataforma continental
        é mais estreita, esta distância pode diminuir consideravelmente.  O IEAPM estuda regiões e localidades
        onde variavelmente este gradiente pode ser explorado com menor custo de produção.


        A figura 3 ilustra o princípio da plataforma OTEC. Um tubo de aproximadamente 1000m de compri-
        mento é instalado a plataforma, e bombeia água gelada para com a água quente bombeada da superfície
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        inicie o processo de conversão em energia  . A região entre Cabo Frio e Cabo de São Tomé no estado
        do Rio é estudada pois a presença da ressurgência na região costeira demonstra grande expectativa de
        em bem menos profundidade (100 a 200m) o gradiente térmico necessário para a OTEC seja observado
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        climatologicamente .  A Base de Dados Qualificada (BDAQ) do IEAPM tem sido utilizada para criar me-
        todologias de identificação de áreas propícias para o sistema OTEC.







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