Page 29 - Informativo Cembra - Novembro 2023 - Nº 12
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Conferência da ONU termina com declaração sobre emergência

                                        global dos oceanos





    Declaração de Lisboa reconhece a importância fundamental dos mares para o equilíbrio do planeta e
    enumera alguns dos principais problemas dos oceanos

    A Conferência dos Oceanos da ONU (Organização das Nações Unidas) terminou nesta sexta-feira com                 Matérias
    uma  declaração  que  alerta  para  a  situação  crítica  dos  mares  e  pede  mais  ambição  para  salvar  os
    sistemas marinhos. A convenção reuniu,em Lisboa, cerca de 7.000 representantes, entre eles Chefes de
    Estado, cientistas e ONGs. "Estamos profundamente alarmados com a emergência global que enfrenta
    o oceano", diz o documento, aprovado por unanimidade por mais de 150 países.
    O  texto,  batizado  de  Declaração  de  Lisboa,  reconhece  a  importância  fundamental  dos  mares  para  o
    equilíbrio  do  planeta  e  enumera  alguns  dos  principais  problemas  dos  oceanos,  como  a  elevação  do
    nível, o aquecimento e acidificação das águas, além da poluição e da sobrepesca.
    Grupos  ambientalistas  pediram  aos  líderes  mundiais  que  cumpram  as  promessas  que  fizeram  na
    Conferência e façam tudo ao seu alcance para salvar os mares do mundo.
    “O oceano, o clima e as comunidades costeiras em todo o mundo precisam de progresso real, não de
    promessas, quando se trata da saúde dos oceanos”, disse Marco Lambertini, diretor geral do World
    Wildlife Fund (WWF).
    A  conferência  reuniu  cerca  de  7.000  delegados.  Muitos  temiam  que  a  crise  energética  causada  pela
    guerra na Ucrânia pudesse minar os esforços para combater as mudanças climáticas. Outros, incluindo
    o presidente Emmanuel Macron, da França, expressaram preocupação com a mineração em alto mar e
    alguns pediram uma moratória.
    Os participantes da conferência avaliaram o progresso na implementação de uma diretiva da ONU para
    proteger a vida marinha.
    O WWF disse aos líderes para aproveitar o momento e resolver questões de longa data em torno da
    proteção do alto mar, como a poluição plástica, promulgando e ratificando rapidamente "tratados globais     Conferência da ONU termina com declaração sobre emergência global dos oceanos
    robustos".
    Lisboa  é  a  última  grande  reunião  política  antes  dos  Estados-membros  se  reunirem  em  agosto  para
    tentar  elaborar  um  tratado  há  muito  esperado  para  proteger  mares  abertos  além  das  jurisdições
    nacionais. Laura Meller, do Greenpeace, disse que o sucesso da conferência de Lisboa será medido em
    agosto.
    "Já  vimos  muitas  declarações  antes,  ouvimos  muitas  promessas,  compromissos  e  compromissos
    voluntários", disse Meller. "Mas se as declarações pudessem salvar os oceanos, eles não estariam à
    beira do colapso."
    A mineração de águas profundas foi um tema quente na conferência, com Macron dizendo na quinta-
    feira  que  uma  estrutura  legal  era  necessária  para  impedir  que  a  mineração  em  águas  profundas
    continuasse.  Há  um  interesse  crescente  na  mineração  em  alto  mar,  juntamente  com  a  pressão  de
    alguns  grupos  ambientais  e  governos  para  bani-la  ou  pelo  menos  promulgar  regulamentações
    apropriadas.
    Várias  nações,  como  as  ilhas  do  Pacífico  de  Palau  e  Fiji,  pediram  uma  moratória  global  em  toda  a
    mineração em alto mar, citando preocupações ambientais e falta de dados científicos suficientes.
    "O impulso criado esta semana é um ponto de inflexão para o oceano profundo, o coração azul do nosso
    planeta",  disse  Sian  Owen,diretor  da  Deep  Sea  Conservation  Coalition.  "O  presidente  Macron  ecoou
    efetivamente os incontáveis apelos... para pressionar 'pausa' em toda e qualquer ambição de minerar o
    mar profundo."







             Informativo CEMBRA                                        Nº 12 - Edição Semestral                  29
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