Page 14 - Informativo Cembra - Abril 2025 - Nº 17
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Estritamente sob o ponto de vista da soberania, produzir, armazenar e analisar informações com
           potencial de colaborar com a formação da Consciência Situacional Marítima e, a partir dela,
           gerenciar os recursos e meios do Estado brasileiro em favor de sua proteção representam, para a
           DGDNTM, grande desafio científico e tecnológico.


           Seja nos conhecimentos Oceanográficos, Cartográficos e Biológicos, quanto nos relacionados ao
           desenvolvimento de meios navais, equipamentos, sistemas ou sensores capazes de atender as
           necessidades, presentes e futuras, do Estado Brasileiro e sua expressão Marítima constituem o
           terreno das atividades do Sistema de Ciência e Tecnologia da Marinha.

           Entretanto, o domínio dos conhecimentos e tecnologias necessários para esta tarefa representam,
           per si, grande desafio, uma vez que tecnologias de emprego estratégico são objeto de severo controle
           pelas nações que as detém. Da mesma forma que os conhecimentos, o acesso a equipamentos
           e insumos necessários às atividades de soberania tendem, também, a serem monitorados e
           controlados pelos que os detém. Nesse diapasão, o Estado brasileiro vem, desde sua independência,
           buscando desenvolver conhecimentos, tecnologias e capacidades autóctones capazes de promover
           peso estratégico de nossa jovem nação.

           O desenvolvimento tecnológico requer, além de tempo e acesso a determinados campos de
           conhecimento, capacidade de investir e gerenciar recursos de modo inteligente, eficaz e transversal
           à sociedade, não sendo, atualmente, algo tangível apenas por um setor ou segmento do Estado.


           Assim, ponto fundamental a ser avaliado e entendido,consiste no ambiente dinâmico e não estatal
           nos quais as novas tecnologias emergem. Desde que a pesquisa e desenvolvimentos tecnológicos
           ganharam componentes não militares, as conhecidas tecnologias “off the shelf” ganharam força
           (vide a Internet, a Tecnologia da Informação, Indústria 4.0 ou a economia do Novo Espaço, como a
           Space X) o ritmo do desenvolvimento científico e tecnológico hoje segue os ditames do mercado,
           com aplicações disruptivas e evoluções difíceis de serem antevistas, o que determina elevado ritmo
           de obsolescência e de ciclo de vida dessas tecnologias. No campo militar, os recentes conflitos são
           a mostra desse novo desdobramento da “névoa da incerteza” que acompanha o planejamento, o
           preparo e o emprego das Forças Armadas e a concentração de recursos pelo Estado.





































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