Page 16 - Informativo Cembra - Julho 2018 - Nº 6
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Nesta visão, a participação do Brasil em perfurações científicas internacionais no mar profundo oferece
        diversos recursos importantes no tratamento e estudo de testemunhos de sedimentos e rochas de alta

        resolução para as áreas de mudanças climáticas globais e impacto humano ambiental, o que permite
        criar e explorar detalhes estratigráficos raramente observados nos estudos geológicos no Brasil e dis-
        ponibilizados para toda a comunidade cientifica. Estes recursos poderão ser plenamente empregados
        nos diversos espaços do ensino, extensão e pesquisa bem como da sociedade como um todo, os quais
        serão fundamentais para abordagem de temas críticos da sociedade atual como mudanças climáticas,
        uso dos recursos naturais dos oceanos e os riscos geológicos. Ressaltando as vertentes universitárias,
        a participação do Brasil em perfurações cientificas internacionais no mar profundo também atende às

        atividades em ensino, uma vez que pode ser utilizado por alunos de graduação e pós-graduação, cujos
        projetos sejam favorecidos por terem a oportunidade de trabalhar com materiais únicos da Terra, i.e.,
        amostras de sedimento e tochas (testemunhos) de alta resolução. Por fim, a divulgação das descobertas
        oceânicas e as atividades dos geocientistas envolvidos nas perfurações científicas tornam-se pilares
        fundamentais para que a sociedade se aproprie do conhecimento gerado.


        Levando-se em consideração que o Brasil é, atualmente, o País com o menor número de perfurações
        científicas internacionais no mar profundo, é premente a necessidade do estabelecimento e coordenação
        de expedições oceanográficas com foco na coleta de testemunhos marinhos com caráter multidisciplinar

        e participação de cientistas nacionais e internacionais nestas expedições. Ademais, fazer perfurações
        científicas internacionais no mar profundo inclui a participação de workshops, entre pesquisadores e
        estudantes, que discutirão as aplicações e análises deste tipo de informação nas mais diversas áreas do
        mundo, tendo em vista o estabelecimento de metodologias compatíveis com o ‘estado-da-arte’.


        Discutindo perfurações cientificas internacionais no mar profundo não podemos deixar de mencionar o
        Programa Internacional de Pesquisas Marinhas (Integrated Oceanic Discovery Program - IODP) (figuras

        1 e 2).



































           Figura 1 – O Navio Joides Resolution, laboratório flutuante que tem a capacidade de embarcar ate 30 pesquisadores e
           perfurar em lâmina de água de 35-5980 m e furo de até 2111 m.




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