Page 9 - Informativo Cembra - Dezembro Abril 2023 - Nº 13
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MONAN - Modelo para Previsão dos Oceanos,

                         Superfícies Continentais e Atmosfera



                                                         Ronald Buss de Souza e Saulo Ribeiro de Freitas (INPE)
     Divisão de Modelagem Numérica do Sistema Terrestre (DIMNT), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),
                                                  Rodovia Presidente Dutra km 40, RJ-SP, Cachoeira Paulista, SP

    INTRODUÇÃO                                                                                                      Matéria:

    O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) é uma das unidades de pesquisa do Ministério da
    Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e completou recentemente 61 anos de idade. O instituto tem
    como missão desenvolver, operar e utilizar sistemas espaciais para o avanço da ciência, da tecnologia e
    das  aplicações  nas  áreas  do  espaço  exterior  e  do  ambiente  terrestre,  e  oferecer  produtos  e  serviços
    inovadores  em  benefício  do  Brasil.  Com  a  criação  do  Centro  de  Estudos  de  Previsão  de  Tempo  e
    Estudos  Numéricos  (CPTEC)  na  década  de  1990  e  contando  com  pesquisadores  com  uma  vasta
    experiência técnico/científica na área, além de um dos mais conceituados cursos de Pós-Graduação em
    Meteorologia  do  País,  o  INPE  foi  pioneiro  na  área  de  previsão  numérica  de  tempo  e  clima  no  Brasil
    utilizando ferramentas de computação científica de alto desempenho. Com a evolução dos sistemas de
    supercomputação e conhecimento científico na área ao longo dos últimos 30 anos, o INPE é hoje um dos
    pilares do recém-criado Sistema Nacional de Meteorologia. Como um de seus produtos mais importantes
    oferecidos para a sociedade, o instituto oferece previsões de tempo e clima que têm inúmeras aplicações
    no dia a dia do cidadão brasileiro.


    Ao mesmo tempo em que a área da Meteorologia evoluiu e o conhecimento científico mundial e nacional
    cresceram,  outras  áreas  do  INPE  igualmente  importantes  tiveram  seu  desenvolvimento  incrementado
    desde  a  criação  do  INPE  e  oferecem,  hoje,  suporte  para  a  operação  de  programas  importantes  de  Modelo para Previsão dos Oceanos, Superfícies Continentais e Atmosfera
    monitoramento ambiental do nosso País. Esse é o caso, por exemplo, do programa de monitoramento da
    vegetação  dos  biomas  brasileiros  e  dos  impactos  humanos  sobre  esses  biomas,  especialmente  na
    Amazônia, causados pelo desmatamento e queimadas.O INPE também participa dos esforços do IPCC
    (International  Panel  on  Climate  Change)  para  estudar  e  prever  as  causas  e  consequências  das
    mudanças  climáticas  globais  no  nosso  planeta,  com  enfoque  específico  no  papel  da  supressão  da
    vegetação da Amazônia Legal Brasileira sobre as trocas de dióxido de carbono, um gás de efeito estufa
    que  contribui  para  o  aquecimento  global,  entre  a  floresta  e  a  atmosfera.  Outros  estudos  incluem  a
    resposta  do  oceano,  especialmente  o  Oceano  Atlântico  Sul  e  Tropical,  e  do  gelo  marinho  ártico  e
    antártico frente ao aquecimento global e seus mecanismos de retroalimentação com a atmosfera.


    No caso dos oceanos, inúmeros projetos de pesquisa estudam fenômenos e processos oceanográficos
    importantes como as correntes marinhas, as ondas, as massas de água, as frentes oceanográficas, as
    trocas  de  energia  e  massa  entre  o  oceano  e  a  atmosfera  e  o  papel  do  gelo  marinho  e  fenômenos
    climáticos globais, como por exemplo o El Niño – Oscilação Sul (ENOS) e o Modo Anular Sul (Southern
    Annular Mode - SAM), no clima do Brasil (Prado et al., 2021, 2022; Casagrande et al., 2021 - Figura 1).
    No  ano  de  2019,  após  a  concepção  pela  Marinha  do  Brasil  de  um  Grupo  de  Avaliação  e
    Acompanhamento (GAA) para responder à crise gerada pelo incidente de derramamento de óleo no mar
    que atingiu a costa norte e nordeste do Brasil, o INPE foi convidado e participou ativamente de ações
    que serviram para subsidiar políticas públicas que visavam a mitigação dos efeitos desse derramamento
    nos ecossistemas costeiros brasileiros. Nossos estudos também foram dirigidos a inferir, com base em
    saídas de modelos numéricos de circulação oceânica,qual(is) seria(am) a(s) possível(eis) fonte(s) desse
    derramamento.







             Informativo CEMBRA                                        Nº 13 - Edição Semestral                  9
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