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PIB do Mar ainda é desconhecido e trava desenvolvimento da economia oceânica

Grupo de trabalho tem atuado para propor o que caracteriza a economia oceânica

Fonte: Valor Econômico

Um dos entraves para o desenvolvimento da economia oceânica no Brasil é que o país ainda não institucionalizou um cálculo do PIB relacionado ao mar. Muitas atividades são atribuídas a outros setores da economia, como indústria naval, transporte marítimo, esportes náuticos, turismo, pesca e aquicultura.

Desde 2020, um grupo de trabalho coordenado pelo então Ministério da Economia, rebatizado de Ministério da Fazenda após a eleição de Lula, tem atuado para propor o que caracteriza a economia oceânica, definir os integrantes deste setor no Brasil, estabelecer o método de mensuração do PIB do Mar e institucionalizar os resultados do trabalho.

Com uma gestão interministerial, o grupo também conta com a participação do IBGE, da Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis (ANP) e da Escola Naval de Guerra da Marinha.

O IBGE tem ajudado na construção de uma metodologia que se adeque ao contexto do país. No fim de maio, o presidente do instituto, Marcio Pochmann, disse que pretende fazer o levantamento sobre o PIB do Mar a partir de 2026.

“Estamos trabalhando em 17 pesquisas novas [entre elas, a da economia oceânica], ou que tínhamos deixado de fazer, para serem lançadas na segunda metade desta década”, disse a jornalistas.

Segundo o professor da Escola de Guerra Naval e coordenador de estudos sobre a economia do mar, Thauan Santos, a demora se dá sobretudo por percalços metodológicos. “Alguns setores têm dados fáceis, como transporte e petróleo e gás, mas outros não, como pesca e turismo. O Brasil tem uma característica particular, que é o trabalho informal, o que dificulta o levantamento dos dados.”

Embora não exista um número oficial para o PIB do Mar brasileiro, a professora da Universidade Federal de Rio Grande (FURG) Andréa Carvalho fez o primeiro estudo científico sobre o valor, usando a metodologia que o IBGE aplica para calcular o PIB total do país.

Em 2018, a riqueza brasileira proveniente de atividades relacionadas ao mar chegou a R$ 1,36 trilhão (19,4% do PIB total daquele ano). A pesquisa considerou atividades marítimas diretas e indiretas, como recursos vivos, energia, manufaturas, transporte, serviços e defesa, além de atividades primárias, secundárias e terciárias adjacentes ao mar. Isso significa que, se fosse um país, a economia marinha seria a segunda maior da América do Sul.

“Estamos despertando uma consciência marítima. O Brasil por muito tempo se interiorizou e virou as costas para a faixa leste. Precisamos entender que muitas pessoas almoçam e jantam devido ao mar, e o brasileiro deve enxergar o mar em todo seu potencial, o que ajuda no desenvolvimento.