3º PROJETO ESTRUTURANTE
SEMINÁRIO SOBRE SUBMERSÍVEIS – DESBRAVANDO O MAR BRASILEIRO
10 – 11 ABR 2014
1 – Antecedentes
A página nº 39 da publicação do Cembra intitulada “Conceitos Básicos e Estratégia” (5ª atualização: 01/07/2010) registra, entre quatro “Sugestões para Possíveis Projetos Estruturantes do Cembra”, o desenvolvimento de submersíveis para pesquisas. Isto indica, explicitamente, que a intenção de dedicar atenção prioritária ao assunto re-monta à própria criação do Centro de Excelência.
Cronologicamente, a iniciativa volta a ser mencionada, cerca de dois anos depois, na 28ª reunião da Comissão de Coordenação do Cembra (28ª CE/Cembra – 31/OUT/12), em seu item 8 – A necessidade de veículos submarinos para exploração da plataforma e da “Área” – a possível colaboração do Cembra (Cembra/CE/Inf. 33). Na ocasião, foi resolvido aguardar-se o resultado de pretendida audiência com o Comandante da Marinha, buscando seu apoio para desenvolver trabalho correlato e a disseminação de artigo sobre o assunto, a ser elaborado pelo Prof. Carlos Feu e pelo Alte. Costa Fernandes, após o que poderia suceder-se, função da evolução do assunto, a organização de um seminário a respeito.
Também foi apresentado, na ocasião, o primeiro esboço, elaborado pelo Prof. Carlos Feu do que, posteriormente, viria a constituir-se o artigo “A nova Fronteira – O Mar Profundo”, graças à contribuição do Coordenador Executivo e do CMG Leonam, que passaram a constar como coautores do trabalho. Tal artigo foi publicado, posteriormente, na Revista Economia e Energia nº 89 e na Revista Marítima Brasileira nº 133, como artigo de capa.
Ao final de agosto, na 34ª CE, apreciou-se o documento Cembra/CE/DT 51 – Esboço de eventual seminário sobre Submersíveis de Pesquisa, visando apresentar uma primeira ideia sobre a montagem do seminário e possibilitar que, em audiência a ser pleiteada junto ao Sr. Comandante da Marinha – Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto – lhe fosse apresentado, objetivamente, o que se pretendia com o conclave e a colaboração que se desejava da MB. O documento já continha informações sobre custo estimado, título do seminário, participação desejada de instituições estrangeiras, escolha de auditório, apoio necessário para uma boa organização do evento e minuta da programação. Já apareceu, ainda, a conveniência de ser constituído, em âmbito do Cembra, um Comitê de Organização (COr) do Seminário.
Na reunião seguinte da Comissão de Coordenação Executiva – a 35ª (16/OUT/13) –, abordou-se o resultado da audiência concedida pelo Comandante da Marinha, no dia 18 de setembro anterior, destacando-se, inicialmente, a gentileza do Almirante Moura Neto e a atenção que concede aos assuntos do Cembra, sempre que por ele apreciados: ficou assegurado o apoio formal da Marinha ao Seminário e foi manifestado o entendimento favorável daquela autoridade com respeito à conveniência que se constituisse o Comitê de Organização para o evento, para o qual ele já indicou o seu Representante no Cembra – o VAlte. Antônio Reginaldo Pontes Lima Junior – para toda a coordenação em âmbito naval.
Ainda na 35ª CE, apresentou-se o documento DT 52 – Minuta de Programa do Seminário sobre Submersíveis e o DT-53 – Decisões/Providências a adotar com respeito à Realização do Seminário sobre Submersíveis. Foi aprovada, formalmente, a constituição do Comitê de Organização (COr), coordenado pelo Coordenador Exceutivo do Cembra e integrado pelos seguintes integrantes do Cembra: Alte. Pontes Lima (e seu Suplente, Comte. Frederico), responsável pela coordenação de todas as Organizações navais envolvidas no conclave – IPqM, Casnav e CCSM; Dr. Alan (a ser confirmado pelo futuro Representante da Coppe); Alte. Lucio e seu Suplente, Comte. Teixeira; Prof. Carlos Feu e mais o Comte. Luiz Carlos. Aprovou-se o título oficial do evento: “Seminário sobre Submersíveis – Desbravando o Mar Brasileiro” e o período de sua realização (10 e 11 de abril de 2014), a ocorrer no auditório da Coppe (CT2).
Na 37ª CE (14/JAN/14), no espírito da metodologia do Ecentex/Coppe, que rege o Cembra, propôs-se que a realização de tal Seminário passasse a constituir-se o 3º Projeto Estruturante do Cembra. De fato, como se sabe, conceitualmente, um Projeto Estruturante difere de um Projeto comum pela sua essência e conteúdo, capaz de alterar o patamar de conhecimento no tema abrangido, caso do conclave em questão. A proposta foi aceita.
Na 38ª CE (11/MAR/14), indicou-se que, graças à operosidade e interesse do pessoal da Marinha que participa do COr, sob a direção do Alte. Pontes Lima, a organização do Seminário evolui muito satisfatoriamente e voltou-se a fazer um resumo das principais providências que marcavam a evolução do assunto, ao término da 5ª COr, realizada imediatamente antes dessa CE.
2 – Propósito do Seminário
No momento em que o País se lança decisivamente ao mar na busca de petróleo em sua plataforma continental, mormente no pré-sal – cuja importância geopolítica e econômica não precisa ser realçada – e quando já tem início várias e promissoras ativida-des no fundo do mar visando a descoberta e a futura exploração dos recursos lá existen-tes, incluindo minerais de valor político-estratégico, como as crostas cobaltíferas, os sul-fetos e os nódulos polimetálicos, é certo que a utilização de veículos submersíveis, tripu-lados ou não, capazes de efetuar tarefas impossíveis de serem realizadas por outros meios, adquirirá realce cada vez maior.
O Seminário visou, assim, divulgar o conhecimento sobre a importância funda-mental de tais veículos para a pesquisa e a exploração do mar. Teve por propósito, par-tindo do estado da arte no País e com base no desenvolvimento do assunto em países mais desenvolvidos no setor, levantar subsídios para a formulação de sugestões aos decision makers, visando o melhor atendimento às necessidades nacionais.
3 – O Comitê de Organização (COr)
Como indicado no item 1 anterior, a organização do Seminário ficou sob responsabilidade direta de um Comitê de Organização (COr), cuja constituição, já antevista na 34ª CE, foi aprovada, formalmente, na reunião seguinte. Foram realizadas seis reuniões do COr.
Em grandes linhas, a metodologia adotada, com sucesso comprovado, consistiu em elaborar-se documentos de trabalho com revisões sucessivas ao longo das reuniões do COr, visando manter-se um retrato sempre atualizado de providências adotadas e das que ainda faltava equacionar, sobre os aspectos mais relevantes do Seminário.
Cada participante do Seminário, no ato de sua inscrição, recebeu uma pasta com os seguintes documentos, impressos no parque gráfico da Base de Hidrografia da Marinha em Niteroi (BHMN) e com os logos do Coordenador (Cembra), das Instituições responsáveis pela Organização do evento (Marinha do Brasil, Coppe e Femar), das Instituições que o apoiaram (DHN, Secirm, IPqM e Casnav) e dos patrocinadores (Amazul e Kongsberg):
– Crachá;
– Folder com a Programação;
– Currículo resumido dos palestrantes;
– Opções de restaurantes (em croquis);
– Regras para debate e Fichas de Inscrição para Debate; e
– Bloco de Notas e esferográfica com logo do Cembra.
Também foi fornecido um CD (contendo informações gerais sobre o Cembra e a edição virtual de “O Brasil e o mar [...]”.
O COr ainda foi responsável pela confecção e encaminhamento de convites a autoridades gradas, para a abertura do evento e pela confecção de certificados para os palestrantes e para os participantes.
A realização do Seminário foi antecedida de ampla divulgação, seja pelo site, especialmente elaborado, seja por cartazes de divulgação (juntamente com a programação) e press release. Também ocorreu a divulgação por sites de outras Instituições como os: da DHN, da Coppe, da Femar, da Secirm, do IPqM e do CCSM. Ainda foi objeto de divulgação em Boletim de Ordens e Notícias da Marinha (Bono), no site do Bode Verde, nos sites de algumas turmas de Oficiais de Marinha e em periódico da Soamar Campinas.
Todas essas atividades de divulgação também ficaram sob responsabilidade do COr.
4 – Programação
A programação consta em anexo. Conforme previsto, as palestras (bem como a Abertura e a Retrospectiva/Encerramento) foram filmadas e gravadas, com autorização de seus autores, passando a constar do site do Seminário, na aba “Reveja as palestras”, no mesmo dia de suas apresentações ou, no máximo, no dia subsequente. Tais palestras também podem ser acessadas, em seu conjunto, no site http://www.cembra.org.br/seminario/?q=acompanhe_ao_vivo ou apreciadas, de per si, nos sites abaixo indicados:
Dia 10 de abril
1) Abertura do Seminário, a cargo do Almirante-de-Esquadra Luiz Fernando Palmer Fonseca (representando o Comandante da Marinha – Almirante-de-Esquadra Júlio Soares de Moura Neto)
http://www.youtube.com/watch?v=RMiyfMwR8pY
2) “Submarinos para a Pesquisa Científica e Tecnológica no Brasil”, pelo Professor Segen Farid Estefen, Diretor Geral do instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas e Hidroviárias
http://www.youtube.com/watch?v=rljaaTu_oOk
3) “Os Submersíveis – Desenvolvimento e Possibilidades de Emprego na Marinha do Brasil”, pelo Contra-Almirante (EN) Humberto Moraes Ruivo, Diretor do Instituto de Pesquisas da Marinha
http://www.youtube.com/watch?v=ITA05jGLD0s
4) “Os Submersíveis e a Pesquisa Mineral da Plataforma Continental Brasileira e da ‘Área’ contigua”, pelo Dr. Roberto Ventura Santos, Diretor de Geologia e Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil (CPRM/MME)
(reprodução não autorizada)
5) “Uso dos Veículos Submarinos na Produção Submarina de Petróleo”, pelo Eng. Vitor Marcello Ferreira do Nascimento, da Unidade de Serviços Submarinos/Inspeção e Manutenção de Dutos e Equipamentos Submarinos (US-SUB/MIS/IMPDE/Petrobras)
http://www.youtube.com/watch?v=9s5mvh-6Ac8
6) “Os Submersíveis e as Atividades da Vale S. A.”, pelo Prof. Paulo Vasconcelos, Vale S. A.
(reprodução dependendo da liberação de alguns slides, pela Nasa)
7) “Proposta de Obtenção de um Veículo de Imersão profunda (VIP) Tripulado, Nacional”, pelo Eng. Newton Fernando Okamoto, da Amazul
http://www.youtube.com/watch?v=Gt-ih5H7a3A
8) “O Desenvolvimento Nacional em Submersíveis, pela Armtec”, pelo Dr. Roberto Lins de Macedo, Diretor Executivo da Armtec Tecnologia em Robótica
http://www.youtube.com/watch?v=GhE3LeLm1Qo
Dia 11 de abril
1) “Tecnologia em Veículos Submarinos e Submersíveis de Pesquisa Tripulados, no Japão”, pelo Dr. Yoshio Isozaki, Director-General, Marine Technology and Engineering Center (Maritec) – Japan Agency for Marine-Earth Sciende and Technology (Jamstec)
http://www.youtube.com/watch?v=4RCT0a4gs_E
2) “Observações Costeiras em Ambientes Dinâmicos, utilizando veículos Submarinos Não-Tripulados Movidos a Hélice”, pelo Dr. Peter Rogowski (Postdoctoral Scholar) e “Desenvolvimento, Aplicação e Operações de Veículos Submarinos, pela Scripps”, pelo Mr. Woody Sutherland, Manager, SIO Shipboard Technical Support, e Mr. James Turnbull, SIO RIOV Engineering & Operations Group - Scripps Institution of Oceanography (SIO)
http://www.youtube.com/watch?v=W0Cf0crhfxs
3) “Pesquisa e Desenvolvimento em Submersíveis”, pelo Mr. Vincent Rigaud, Head of the Underwater Sistems Unit – European Center for Underwater Technologies – Institut Français de Recherche pour l‘Explotation de la Mer (Ifremer)
http://www.youtube.com/watch?v=0rKCNnnNi1w
4) “AUVs Maritime Kongsberg – Robôs Inteligentes com que você pode contar”, pelo Mr. Richard Mills – Product Sales Manager AUV – Kongsberg Maritime A. S.
http://www.youtube.com/watch?v=BcZJmdJ6W-M
5) “ROV LUMA: Desenvolvimento de um Robô Submarino Nacional para Monitoração Ambiental na Antártica”, pelo Prof. Liu Hsu, da GSCAR, Programa de Engenharia Elétrica – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ)
https://www.youtube.com/watch?v=m4fXXy_TOhw
6) “O Projeto Pirajuba”, pelo Prof. Ettore Apolônio Barros, da Universidade de São Paulo
http://www.youtube.com/watch?v=EVmTYtYNqL4
7) “A Utilização de gliders para amostragem da Costa do Brasil”, pelo Prof. Marcelo Dottori, da Universidade de São Paulo
http://www.youtube.com/watch?v=SI-MVcR-xkM
8) “O Projeto Azul”, por Luiz Paulo de Freitas Assad, da Lamce, Programa de Engenharia Civil, – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ)
http://www.youtube.com/watch?v=oqb8pTpjXYg
9) “Retrospectiva: As Perspectivas para o País” / “Encerramento” (pelo Vice-Almirante Antônio Reginaldo Pontes Lima Junior
http://www.youtube.com/watch?v=M4HGQbdbP7E
5 – Resultados e conclusões
O Seminário sobre Submersíveis constituiu-se evento de sucesso marcante para o Cembra e um marco no estudo do assunto, no País, fruto da combinação julgada adequada (dentro de tempo disponível) para se conhecer os interesses e ações adotadas a respeito nos órgãos governamentais mais interessados (Painel nº 1), o nível de desenvolvimento e utilização de submersíveis por parte de instituições e empresas nacionais (Painel nº 2), o papel da Universidade neste processo (Painel nº 4) e exemplos e motivações provenientes de instituições e empresa estrangeiras de prestígio (Painel nº 3). Uma única restrição é feita em relação ao número de participantes, inferior ao que fazia crer a quantidade de inscritos (420).
O propósito estabelecido para o Seminário já considerava o encaminhamento de sugestões aos decision makersmais diretamente interessados, forma de atribuir-se um aproveitamento concreto aos resultados que viessem a ser obtidos. Tal aspiração legitima a meta essencial do Cembra que é, como sabido, “atender a anseios do País e da sociedade brasileira ligados ao seu desenvolvimento sócio-econômico e científico-tecnológico, alcançando e mantendo a vanguarda em campos escolhidos do conhecimento e da exploração ligados ao Mar Brasileiro”.
Com vistas a um pretendido encaminhamento do assunto a escalão adequado de Governo, procedeu-se, na 39ª CE, a uma recapitulação dos subsídios colhidos, a fim de que fosse verificado se eles consubstanciavam matéria suficiente e adequada para tal providência.
Da apreciação, ficou clara a dispersão de esforços existentes no País em relação ao trato do assunto. Ao que se tem conhecimento, o simples interconhecimento dos atores envolvidos já teria dado margem a alguns entendimentos visando maior intercâmbio, senão trabalho conjunto.
A exposição do Representante da Petrobras no Seminário comprova informação já disponível anteriormente: aquela Empresa emprega um elevado número de submersíveis para, entre outros serviços, a permanente inspeção ao longo dos numerosos dutos submarinos imprescindíveis à explotação de petróleo no mar. Com o pré-sal, há que prever-se o aumento de tal utilização. Constatou-se, também, a existência de empresa nacional (Armtec) com capacidade técnica e interesse de fabricar submersíveis no País (como já o faz). Finalmente, cerca de dez Universidades nacionais ora efetuam trabalhos de pesquisa e desenvolvimento relacionados ao assunto.
Tais observações foram relacionadas a outros importantes fatos pertinentes ligados a iniciativas já em curso no País.
Como menção importante, cabe recordar que, como é sabido, existem dois programas nacionais de grande importância, estabelecidos no âmbito da Cirm, visando a pesquisa, a prospecção e a exploração de recursos minerais do fundo do mar. São eles: o Programa de Avaliação da Potencialidade Mineral da Plataforma Continental Brasileira (Remplac) e o Programa de Prospecção e Exploração dos Recursos Minerais da Área Internacional do Atlântico Sul e Equatorial (Proarea). A utilização de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), pelo menos em um deles, dá indicação da importância atribuída pelo Governo ao assunto. É de supor-se, no desenvolvimento de tais programas, a utilização de veículos submersíveis.
Ainda é o caso de mencionar que nosso País acaba de encaminhar à Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, responsável pelo controle das atividades na “Área”, uma solicitação para desenvolver atividades de mineração em área com cerca de três mil quilômetros quadrados no Atlântico Sul, a mais de mil quilômetros da costa brasileira, região conhecida como “Elevação do Rio Grande”, onde foram identificadas crostas cobaltíferas, com manganês e ferro. Para tal, o País comprometeu-se a investir US$ 11 milhões, em cinco anos, na exploração de tal área internacional. O fato coloca o Brasil como pioneiro, nas Américas, em relação à exploração de minérios na “Área”, nos termos da CNUDM. Para o desenvolvimento de tais atividades certamente será necessário o emprego de submersíveis.
Um convênio de nosso governo com o do Japão possibilitou imersões de submersível daquele país – o Shinkai 6500 –, nos platôs e elevações submarinas de Rio Grande e de São Paulo.
Vem aumentando o número de instituições governamentais e não-governamentais interessadas em obter e utilizar tais veículos. A Marinha do Brasil, por exemplo, adquiriu, recentemente, veículo submersível para o Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) e está em processo de obtenção de um ROV Remus 100, da Kongsberg, para o Centro de Hidrografia da Marinha (CHM). O novo navio oceanográfico, ora em construção no exterior, sob os auspícios da MB, do MCTI, da Petrobras e da Vale – o “Vital de Oliveira” – será dotado de um submersível Sperre 6500, capaz de imersão até 4.500m.
Os subsídios acima estão a indicar a existência de mercado no País para o desenvolvimento de submersíveis, desde que produzidos ROVs e AUVs a preço e qualidade competitivos.
Tais observações induziram o Cembra a considerar que existem, sim, motivos que estão a justificar o encaminhamento de sugestão, a escalão governamental adequado, visando um possível ordenamento, em nível nacional, do desenvolvimento e utilização de submersíveis, que envolve interesses de exploração mineral e de pesquisa, mas também de defesa, para melhor atendimento às necessidades do País, sem dispersão de esforços e de verbas. Afinal, há que considerar-se que o submersível está para a pesquisa e exploração do fundo do mar, assim como o veículo espacial está para a conquista extraterrestre , ambas atividades de cunho estratégico.
6 – Sugestão decorrente
A abrangência do assunto e o interesse coexistente de vários Ministérios diretamente envolvidos estão a indicar a necessidade de um mecanismo de coordenação interministerial para o trato da matéria. Felizmente, ele já existe em nosso País, funcionando com eficácia comprovada em várias atividades relacionadas ao mar. Naturalmente, cogita-se aqui da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Cirm) que tem sob sua responsabilidade programas e planos de relevante interesse nacional, conduzidos com pleno sucesso, caso, por exemplo, do Plano Setorial para os Recursos do Mar (PSRM), do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), do Plano de Levantamento da Plataforma Continental Brasileira (Leplac) e do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC), para citar apenas os mais antigos.
O que se vislumbra seria procedimento semelhante ao adotado pela Cirm em relação à Biotecnologia Marinha, para a qual foi criado um Comitê Executivo para o Levantamento e a Avaliação do Potencial Biotecnológico da Biodiversidade Marinha (Biomar), em 2005, composto, à época, por representantes do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), do Ministério da Educação (MEC), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República (Seap/PR), da Marinha do Brasil (MB), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm) e da Empresa Petróleo Brasileiro S/A (Petrobras). O trabalho de tal Comitê possibilitou, como é sabido, a elaboração de uma Proposta Nacional de Trabalho (PNT), origem do Programa Biotecnologia de Organismos Marinhos (Biomar).
Naturalmente, o exemplo acima é apenas referencial para a constituição de um eventual Comitê Executivo para o Desenvolvimento e Utilização de Submersíveis (Cedus), mas cabe notar que ela seria bem semelhante, acréscimo feito do Ministério de Minas e Energia; do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), em lugar do extinto Seap; da Vale S. A. e do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas e Hidroviárias (Inpoh). Também fica claro que, à vista dos interesses militares, à critério da MB, teriam papel destacado a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha (SecCTM), e seus órgãos subordinados, mormente o Instituto de Pesquisas da Marinha, a DHN e, naturalmente, a própria Secretaria da Cirm (Secirm). Sob o enfoque “exploração de recursos minerais”, considera-se que a instituição líder venha a ser o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e que em termos de “pesquisa”, caberia destaque ao MCTI e ao novel Inpoh.
Em benefício da clareza, indica-se que o Cedus, como imaginado, teria o propósito fundamental de ordenar pesquisa e desenvolvimento no País de tipos de veículos submersíveis (AUV, ROV e até glider) que fossem selecionados como os mais convenientes a atividades correlatas de interesse nacional. A propósito, indica-se, ainda, que a Marinha já adiantou providências visando o estabelecimento de parâmetros operacionais para submersíveis, com vistas ao seu emprego em operações navais. O Cedus também coordenaria a utilização de submersíveis em programas nacionais, quando a sua utilização for decisiva. Finalmente, conciliados os interesses das diversas partes envolvidas, seria responsável pela obtenção de submersíveis que, pelo porte e/ou grau de sofisticação, fossem adquiridos/alugados do exterior (valorizada, sempre que possível, a transferência de tecnologia). Tal é o caso, por exemplo, de veículo de imersão profunda, caso em que a Amazul teria um papel a desempenhar.
Em grandes linhas, tal é a sugestão que o Centro de Excelência para o Mar Brasileiro, conforme decisão adotada na 39ª reunião de sua Comissão de Coordenação Executiva, encaminhou à elevada apreciação do Sr. Comandante da Marinha, que é o Coordenador da Cirm, para as providências que julgar cabíveis.
7 – Agradecimentos
Um evento do vulto do Seminário sobre Submersíveis não poderia ser organizado pelo Cembra, senão a custa do decisivo apoio de seus Parceiros. É o que se constatou no recém terminado conclave, que só apresentou o nível de organização com que foram brindados seu participantes graças, destacadamente, ao decidido apoio da Marinha do Brasil – Parceiro Fundador – assegurado pelo próprio Comandante da Força – Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto e implementado, institucionalmente, pelo Vice-Almirante Antônio Reginaldo Pontes Lima Junior, seu Representante no Cembra, a frente de um grupo de Oficiais e funcionários civis de várias organizações militares, já mencionadas, cuja atuação foi decisiva em prol do atingimento do propósito maior do COr.
Louve-se, ainda, a atuação de outro Parceiro Fundador – a Coppe -, que, pelo seu Representante no Cembra, Professor Theodoro Autoun Netto, foi de gentileza impar ao ceder suas instalações para as reuniões do COr e o seu magnífico auditório para a realização do Seminário, dias 10 e 11 de abril p. p..
Também participou dos trabalhos, na abertura do Seminário, o Vice-Reitor da Furg (Parceiro Fundador do Cembra), Professor Danilo Giroldo e, no COr, o Representante daquela Universidade, Professor Luiz Eduardo Maya Nery.
Recorde-se neste agradecimento, as Instituições que tornaram possível a realização do evento. Além do destacado apoio do Comando da Marinha, cabe menção o apoio – não pela vez primeira – da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar e da Fundação de Estudos do Mar, esta última, Parceiro Estratégico do Cembra, bem como os patrocínios da Amazul S. A. e da Kongsberg.
Ao longo do Seminário foram destacados, mais de uma vez, tais reconhecimentos, mas não é demais voltar a aqui registrá-los.
Finalmente, há que explicitar a honra que representou para o Cembra a presença, no Seminário, do ex-Ministro da Marinha, Almirante-de-Esquadra Mauro César Rodrigues Pereira; do ex-Ministro da Ciência e Tecnologia, Professor José Israel Vargas; de vários membros do Almirantado: o Comandante de Operações Navais e Diretor-Geral de Navegação, Almirante-de-Esquadra Luiz Fernando Palmer da Fonseca, que representou o Comandante da Marinha, na abertura do conclave; o Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha, Almirante-de-Esquadra Wilson Barbosa Guerra e o Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante-de-Esquadra (FN) Fernando Antonio de Siqueira Ribeiro. Foi ainda anotada a presença do Almirante-de-Esquadra (Refº) Marcos Augusto Leal de Azevedo, juntamente com diversos outros Almirantes em atividade e da reserva, bem como de professores universitários, empresários e estudantes de nível superior. A todos, o muito obrigado do Cembra.
8 – Observação final
Parece impor-se a repetição de outro Seminário nos mesmos moldes (II Seminário sobre Submersíveis) daqui a dois, três anos. Até lá, se existir algum coordenador estabelecido sobre o assunto em nível nacional, caberá verificar a oportunidade de que o evento ocorra em parceria.
Relatório Final do I Webinário Internacional Cembra "Certificação da pesca e Aquicultura - Incentivos para Implementação no Brasil
Relatório Final Webnar PIB do Mar